“No primeiro contato com uma assistida que lutava para vencer o câncer, me surpreendeu a sua vontade de viver e a preocupação com o filho, mas com o tempo a doença foi tomando conta e, já em fase terminal, Rita e eu fomos ao hospital fazer uma visita. Chegando ao quarto, nos deparamos com uma cena que foi a mais difícil da minha vida. Ela estava sozinha, porque a sua família se resumia a ela e ao filho, sentindo fortes dores, sem força para falar. Aproximamos e ela nos olhou como se tivesse pedindo socorro. Rita foi chamar a enfermeira para ver o que poderia ser feito e, enquanto ela gemia de dor, o único impulso que eu tive foi segurar a sua mão e acalentá-la. Após alguns segundos, não sei como explicar, fez-se um silêncio e ela me olhou tranquila; naquela hora parece que o meu simples gesto fez com que a dor diminuísse. As últimas palavras que escutei foi: obrigada a vocês por tudo! Não consegui segurar as lágrimas e, infelizmente, algumas horas depois ela veio a falecer. Tenho muito orgulho de fazer parte da família Mão Amiga, pois, além do meu crescimento como ser humano, foi com esse trabalho, acompanhando alegrias e sofrimentos de tantas pessoas queridas, que enxerguei que a vida é passageira e que estamos aqui para servir. Ajudar ao próximo e que, se não pudermos fazer tudo, pelo menos que façamos tudo o que pudermos”, Kátia Félix de Santana, gerente assistencial da Mão Amiga.